Todos nós estamos arriscados a errar. Basta não ler de forma
correta os dados de uma conjuntura para cairmos na cilada provocada por nós
mesmos. Porém o importante é aprender com os erros e ter flexibilidade de
inverter o resultado.
O desastre de uma leitura mal feita é sempre proporcional ao
tamanho da empresa que nos contratou para esse trabalho. Quanto maior a
empresa, maior será o erro cometido.
Para a poderosa Coca-Cola o dia 23 de abril de 1985, foi a
data de seu maior erro e é lembrado pela empresa como o dia da infâmia.
O cenário da época era o seguinte, as
vendas da Coca caíam, enquanto a Pepsi avançava nas ondas do sucesso de sua
campanha Next Generation, que abusava da presença de popstars como Michael
Jackson e Britney Spears, além de temas jovens, com comerciais cheios de
irreverência e atitude. É o período conhecido como “A Guerra das Colas”.
Em maio de 85, a Coca-Cola deu o passo
mais importante de sua história e também o mais errado. Depois de 99 anos, a
empresa abandonou a fórmula mundialmente consagrada e adotou a New Coke, algo
mais próximo ao sabor da concorrente. Não foi uma decisão fácil, nem tão pouco mal planejada. Foram vários meses de testes, com mais de 200 mil consumidores pesquisados
e que ao final preferiram o sabor da New Coke ao da Classic.
Porém, depois de lançada a nova versão, o
consumidor tradicional do produto não aceitou a mudança. Não era uma questão de
sabor, mas sim de lembrança afetiva, algo arraigado desde a infância. Reza a
lenda que um texano, quando soube da mudança, gastou mil dólares em latinhas da
Coca tradicional, para ter estoque para vários anos de sua bebida predileta.
Diante da repercussão negativa, e com medo
de perder mais espaço para a concorrente, a empresa não se importou de
contornar o erro, trazendo de volta a Classic em apenas 79 dias após ter sido
decretada a sua extinção. Quanto a New Coke, continuou sendo vendida, porém,
teve a fabricação reduzida até desaparecer do mercado.
A lição que ficou é que um produto tão tradicional
não pode ser avaliado apenas pelo seu sabor, bom ou ruim, mas pelas lembranças
dos momentos felizes que ele marcou.
PS: Apenas uma rápida homenagem a D. Vergínia, minha mãe, que nos deixou no dia 07 de maio de 2015. Saudades e beijos.
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