O assunto mais comentado nas últimas semanas tem sido o comercial do Dia dos Namorados de O Boticário, e aproveitando o espaço, eu também quero
dar o meu palpite.
Totalmente distante da controvérsia apaixonada entre os lados
envolvidos, eu acredito que a AlmapBBDO, agência responsável,
acertou mais uma vez.
E porque eu digo isso? Para planejar essa campanha, que mexe com o
posicionamento tradicional da marca, a agência devia estar muito bem
fundamentada. E se isso se confirmar, o risco foi calculado, o que não implicará na perda de consumidores, mas sim, em agregar um novo público simpatizante.
Também aposto que a imagem de O Boticário não será arranhada, independente
dos protestos registrados, já que, com o fim da veiculação, a tendência é que a revolta amenize.
Não achei o comercial apelativo, como foi acusado. Todo criativo retrata o
que vê e ouve nas ruas. As cenas mostram apenas isso.
Por outro lado, o cliente nunca teve tanta menção espontânea quanto nas
últimas semanas. O comercial foi matéria de jornal, rádio, Tv, internet,
etc. E tudo de graça!
Enaltecida ou criticada, o tempo dirá qual a opinião que prevalecerá. O
importante é que a campanha não passou despercebida. E se eu não estiver enganado, é isso que todo anunciante almeja.
Já fez render o investimento, agora é pensar nas próximas campanhas.
No começo do ano, a Wieden+Kennedy veiculou para o Sonho de
Valsa o comercial "Pense Menos e Ame Mais", com a mesma temática, e
não teve tanta repercussão. Talvez,
a maior visibilidade da campanha de O Boticário tenha ocorrido pelo simbolismo
da data comemorativa, sempre caracterizada por casais heteros. E aí que está a
pegada da agência, a quebra do modelo pré-estabelecido.
Polêmicas sempre movimentaram o mundo da comunicação. Porém,
precisam ser bem trabalhadas para que o tiro não saia pela culatra.
Não acredito que O Boticário prossiga com o mote. Já conseguiu o
que queria e a insistência seria mudar radicalmente o posicionamento, o que não
deve ser a intenção da empresa.
Relembrando uma das marcas que mais gerou polêmicas envolvendo temas tabus: Benetton.