O que faz um produto ser bom ou ruim? Como funciona essa
percepção na cabeça do consumidor?
O básico para que qualquer produto seja considerado
aceitável é cumprir bem a finalidade proposta pelo fabricante. Por esse princípio,
um absorvente deve absorver, um carro transportar pessoas, uma lavadora lavar,
uma TV captar imagens e assim por diante.
Mas como posso diferenciar o meu
produto de outros que têm a mesma finalidade e a mesma qualidade? Aí que entra
o marketing com seus truques, produzindo a chamada Imagem de Marca.
Esse conceito é antigo, vem de meados dos anos 50, e se
propõe a posicionar o produto de forma a diferenciá-lo de seus concorrentes,
perante a percepção dos consumidores.
Algumas marcas trabalham tão bem a sua imagem que, mesmo depois de
desaparecerem do mercado, permanecem presentes na nossa lembrança por gerações.
Quem não se lembra da Varig, Vasp, Compaq, Bamerindus, Banco Nacional, Mappin,
Mesbla, Atari, e por aí vai.
Outras, mesmo trabalhando duro para conquistar um lugar ao sol, pisam
na bola em algum momento do processo e passam anos tentando limpar a mancha causada
pelo episódio. Poderia citar vários exemplos, porém, não vou cometer tal
indiscrição.
Os próprios marqueteiros, publicitários e fornecedores da área, quando
no papel de consumidores, também são influenciados por essa percepção. Até
pouco tempo, se você levasse um arquivo fechado para impressão e dissesse à
gráfica que havia sido feito em PC, o pessoal teria chiliques homéricos. Não
importava se fosse finalizado em Pagemaker, Quark ou Illustrator. O padrão
deveria ser MacIntosh e não importava que o resultado final fosse tão bom
quanto. Para eles, nenhum trabalho teria a menor chance de vingar, se viesse de
um PC.
Esse sentimento, com ou sem fundamento, faz parte do ser humano. Você
só se associa em quem confia ou tem afinidade.
Mais um exemplo de quanto uma imagem bem trabalhada fascina. Lembro-me
de uma apresentação a um cliente, em que levei um MacBook. O aparelho já não
era uma grande novidade, porém, assim mesmo, foi uma experiência frustrante.
Estava entusiasmado em mostrar minhas ideias e disposto a responder qualquer
dúvida a respeito das mesmas, porém, o diretor da empresa e seu assistente
fizeram mais perguntas sobre o aparelho, do que sobre a minha exposição. É essa
fascinação que uma marca bem trabalhada provoca nas pessoas.
No entanto, é bom saber que mesmo aqueles produtos considerados de indiscutível
qualidade, também apresentam problemas. Tem uma brincadeira que eu gosto de
fazer e que eu convido o leitor a praticar. Sabe esses sites de reclamação? Jogue
o nome das suas marcas preferidas. Não importa qual o ramo de atividade. Você
vai se surpreender com a quantidade e o tipo de reclamações que aparecerão,
constatando que nenhum produto ou empresa está imune a falhas.
A ideia deste comentário surgiu de um vídeo que vi na internet e que
pode ser acessado no link abaixo. Nele, um garotinho de seis anos mostra todo o
seu conhecimento de geografia, em um talk show americano. Ao final da
entrevista, em rede nacional, o menino recusa os presentes dos patrocinadores,
entre eles um moderno tablet, fabricado por uma das maiores empresas do
segmento de tecnologia.
A justificativa: Ele já havia acertado com os pais que no Natal ganharia
aquele outro aparelho da concorrente mais famosa.
Pois é, o patrocinador vai fazer o quê?
Para assistir, clique aqui